Virando a Própria Mesa – Parte 12: 7 dias
O último post escrito aqui foi há 1 mês quando faltavam 37
dias pro embarque. Hoje me restam apenas 7 dias em solo brasileiro, em Porto
Alegre, na minha casa, com minha família, meus amigos e minhas coisas. Parece
até um sonho, mas a hora da partida ta logo ali.
Nesse estágio da mudança o que eu mais ouço é “a mala já ta
pronta”? Não, as duas malas de 23kg cada uma onde terei que resumir pelo menos
os últimos 15 anos de vida, ainda não estão prontas e essa será a última tarefa
de uma extensa lista de coisas pra resolver e será feita na antevéspera da
viagem com a ajuda da minha mãe. Arrumar uma mala é uma das tantas coisas que
eu ainda não aprendi a fazer.
Se a arrumação das malas ainda não aconteceu, as despedidas já
começaram e de todas as etapas do plano sem dúvida nenhuma essa é a mais
difícil, a pior de todas as tarefas a ser executada. Comecei me despedindo da minha
afilhada de 6 anos que já está juntando dinheiro pra comprar uma passagem e
voar até a Austrália pra me visitar. Difícil que foi segurar o nó na garganta e
não me derramar em lágrimas na frente da criança que eu amo bem antes de ela
nascer. Em seguida, tive que me despedir da minha única avó que tem 94 anos e
que luta contra si mesma diariamente pra se manter lúcida e viva. Saí da casa
dela prometendo que nos veremos de novo assim que eu puder voltar ao Brasil,
mas meu coração apertou pela dúvida de não saber se ela vai aguentar firme até
lá. Tive que me despedir das minhas tias e tios, dos meus primos e da Maria
Antônia, a cozinheira que há 30 anos trabalha na casa dos meus pais e faz a segunda
melhor comida do mundo. Precisei afofar o Quirido, o Lhasa Apso da minha irmã
que eu amo de paixão. E neste último sábado foi a vez de dizer até logo pros
meus tantos e queridos amigos. Ali no meio da festa que organizei pra poder
curtir com eles, vi o quanto sou privilegiada por ter tanta gente legal em
volta e o quão difícil vai ser ficar longe. Mas ainda não terminou: está
pra acontecer a despedida mais doída de todas que será no aeroporto quando
abraçar meus pais e minha irmã e só de pensar já fico com os olhos cheios d’água.
Sei que em breve estaremos juntos de novo, mas o medo de que alguma coisa
aconteça com eles aqui enquanto eu estiver muito longe, toma conta de mim e me
enche de pavor.
E entre tantas emoções e mil coisas pra resolver, ainda tive
tempo de participar de um quadro de um programa novo de TV que vai ao ar dia 25
de abril, às 14h, na RBS TV e onde contarei tudo sobre essa mudança que resolvi
fazer na minha vida. Aproveitei o embalo e fiz minha primeira tatuagem.
Agora só falta mesmo fazer as malas. Porque só faltam 7 dias.
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