Aborto: quando ninguém pensa
Já faz um
tempo que a discussão pela legalização do aborto na nossa pátria amada, Brasil,
vem ganhando espaço nos grupos de feministas (detesto essa palavra), nos
encontros dominicais das igrejas, nas mesas de bares e óbvio, nas redes
sociais. Todo mundo tem uma opinião formada à respeito de tão delicado tópico,
inclusive eu. E como mulher e portanto, dona do meu próprio corpo, o que me
permite fazer dele o que eu quiser – usando o principal argumento das feministas pra defender o tema -, vou me manifestar
sobre o assunto.
Aborto pra
mim é a prova cabal do relaxamento das mulheres com seu próprio corpo e sua
saúde. Excluindo dessa conta as que são estupradas ou aquelas que
estão gerando um bebê que corre sério risco de vida ou que as coloca em risco,
o resto aborta por puro relaxamento e desleixo. E pra esse tipo de caso que
infelizmente é a maioria, não sou a favor da legalização.
Em pleno
ano de 2014, quase 2015, só fica grávida quem quer porque a infinidade de
métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado é gigante, acessível e nem
precisa de receita controlada. Camisinha o governo oferece gratuitamente nas
esquinas e os motéis deixam ao alcance da mão no criado mudo sem nenhum custo extra. Não há desculpa
pra não usar. Pílula é possível comprar na farmácia sem precisar de receita
controlada. Anel vaginal idem. DIU o SUS coloca sem custo nenhum. Implante o plano de saúde cobre. E aí, vai
engravidar pra ter que abortar depois por que mesmo?
Fico chocada
ao saber de casos de mulheres que se consideram modernas e esclarecidas, mas que ainda recorrem ao método mais invasivo e ignorante pra se livrar de uma gravidez que não desejam e fico me perguntando
por que não se protegem, não se cuidam, não se preservam. Porque usar uma
camisinha além de evitar um bebê, evita doenças e nisso ninguém pensa. Pior do
que ter um filho é ter AIDS, mas nisso ninguém pensa também.
1 comentários
Tudo o que você escreveu é verdade, assim como muitas das colocações que são feitas por quem é contra a lei de cotas nas universidades. A verdade é essa mesmo, existem vários métodos contraceptivos de graça e fácil acesso, afrodescendentes não são menos inteligentes, mulheres são tão competentes quanto os homens e por aí vai... Mas qual é a verdadeira realidade que vivemos? Mulheres se sujeitando a abortos clandestinos, universidades com baixo índice de alunos afrodescendentes, mulheres ocupando pouquíssimos cargos de liderança e quando os ocupam ganhando menos... Ser contra alguma coisa nesse país tem resolvido o quê?
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