Solidão, que nada!
Tenho
preferido ficar sozinha, vazia, dormindo e acordando todos os dias sem ninguém
do meu lado. Não tenho nenhum pretendente, nenhum prospect, nenhum admirador
secreto ou virtual; nenhum convite pra jantar, pra ir no cinema ou pra tomar um
chopp. Meu coração não pertence a ninguém e isso é inacreditavelmente bom.
Eu, que
passei 20 anos consecutivos da minha vida me relacionando com alguém, zerei a conta de todos os casamentos, namoros,
rolos e afins que tive nesse tempo todo pra me dedicar exclusivamente a mim
mesma e saber como eu sou quando não estou misturada à alguém. E tem sido tão
bom e tão reconfortante ficar a sós na minha própria companhia que tem vezes
que penso que talvez não seja capaz de me relacionar seriamente com outra
pessoa nunca mais. Óbvio que eu sei que esse período de amor comigo mesma vai
acabar mais cedo ou mais tarde e vou precisar deixar alguém entrar na minha
vida pra dividir os sonhos, os lençóis, o pote da escova de dentes e os
aborrecimentos do cotidiano mais uma vez.
Mas enquanto
isso não acontece, vou planejando minha vida, mudando o foco de muita coisa,
fazendo outras que nunca tinha feito antes, reinventando o que posso ao meu
redor. Consegui estabelecer uma meta clara e factível pro meu futuro e to
canalizando minhas energias todas pra que isso seja viabilizado antes do
previsto. To me aproximando de pessoas que deixei pra trás, ficando amiga de
gente que nunca vi antes, curtindo as boas e velhas parcerias como nunca e ao
mesmo tempo, deixando que outras se vão porque é assim que a vida é. Precisamos
aprender a deixar que certas coisas e pessoas saiam de cena pra que outras
novas aconteçam e apareçam. Isso tudo tem me feito experimentar um sentimento inédito.
To leve, em paz, feliz nas minhas escolhas e na minha solidão.
Meu coração
tá completamente vazio de alguém, mas nunca esteve tão cheio de mim mesma.
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