O melhor de dois mundos
Vivo em
dois mundos distintos, paralelos, distantes um do outro. Não, isso ainda não é
consequência de nenhuma doença que afete a minha capacidade lógica e também não
se trata de nenhum devaneio provocado por alguma substância psicotrópica. Nada
disso. Essa vivência é consequência de um passado que é também futuro.
De vez em
quando consigo aterrissar os pés no presente e viver exatamente o que está acontecendo
no instante com toda a intensidade necessária. Sinto, vejo, toco, interajo com
os fatos que se materializam na minha frente e lido com eles de forma
consciente. Sei que mais um pouco e tudo isso vai virar apenas uma lembrança, razão
pela qual não me aflijo mais por qualquer bobagem. Não permito que coisas sem
importância me tirem o sono ou façam crescer mais um fio de cabelo branco na
minha cabeça. Hoje não mais.
Em alguns
momentos deste presente, simplesmente sem mais nem menos, sou conectada com o
passado mais do que perfeito que virá a ser o futuro do presente. E tudo o que
preciso fazer quando isso acontece é ajustar meu fuso horário e voltar num
tempo que já passou, mas que aqui nesse hemisfério ainda está por vir, basta
apenas esperar algumas horas. A vantagem é que não sofro os efeitos do jet lag;
não preciso carregar nenhuma bagagem que não sejam apenas algumas lembranças do
que ficou pra trás, mas que mesmo assim, continuam prometendo se repetir outra
vez. Isso não pesa, ao contrário, me faz ficar cada vez mais leve.
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