How old are you?
*Leia esse
post ouvindo essa música: Primal Scream – It’s all right, it’s ok.
A pergunta
que dá título a esse post não se refere neste caso à idade cronológica. Não
quero discursar sobre tempo e anos vividos, mas sim, sobre o quão velhos nos
sentimos.
Cruzamos
com centenas de pessoas pela vida à fora, algumas delas bem jovens
cronologicamente falando, mas que tem espírito de vovozinha. O oposto também
ocorre: quantas vovozinhas não conhecemos por aí que tem uma alma leve, um riso
frouxo e um jeito de encarar a vida como se recém tivessem completado 15 anos?
É dessa sensação que quero falar: o quão velho nos enxergamos pra fazer certas
coisas num determinado momento cronológico da nossa existência.
Como ja
falei aqui nesse post, na beirada dos meus 37 anos e pela primeira vez nesse
tempo todo, fiz 3 planos concretos pra minha própria vida e um deles ja está em
prática avançada, algo que me auto surpreende. Por enquanto, não posso
compartilhar o que vou fazer, mas quero sim dividir o sentimento que me invade
frequentemente em relação à essa meta que me impus. Porque esse plano muda
tudo, zera a conta, tem o efeito de um reset na minha vida.
Levando em
consideração a questão tempo, não posso me considerar velha. Sou jovem ainda e
acredito que esteja vivendo a melhor fase da minha vida. Não tenho a menor
vontade de voltar pros meus 20 e poucos anos. Meu corpo se mantém o mesmo de
quando era uma pós adolescente e meu espírito só ficou melhor à medida que fui acumulando
velas em cima do meu bolo. Perdi frescuras e medos, ganhei critérios, acumulei experiências,
sabedoria, autoconhecimento que jamais seria possível ter aos 23 anos, por mais
vivida e rodada que eu fosse. Porém, aos 37 anos, não tenho mais tantas chances
de errar e começar de novo como teria se tivesse 25. Não posso arriscar na
mesma intensidade, preciso ter mais certezas sobre aquilo que quero. E isso de certa
forma me assusta um pouco, me dá um frio na barriga ao mesmo tempo em que me
oferece uma nova perspectiva de ser tudo muito melhor. Justamente porque vivi o
suficiente pra saber o que estou fazendo.
Então, toda
vez que sento com alguém pra discutir sobre o meu plano, eu pergunto: tu não
acha que eu sou velha pra isso? E começo a ouvir histórias sobre pessoas com
muitos mais anos do que eu que viraram a própria mesa, refizeram a rota em
pleno voo e decidiram começar de novo de uma maneira totalmente diferente.
Gente que se reinventou e se descobriu feliz quando na verdade ja deveria estar
pensando em aposentar as chuteiras e levar uma vida mais tranquila, apenas
apreciando aquilo que enfim conquistou. Simplesmente porque não deixaram
prevalecer sobre suas decisões o tempo que passou sobre elas, mas sim, o
espírito aventureiro e desprendido de quem ainda ta começando na vida.
Eu não sou
velha pra refazer a minha vida. E sou jovem demais pra não ser feliz.
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