A arte da guerra
Sabe-se la
porquê certas coisas acontecem na vida da gente, porque algumas pessoas
aparecem no nosso caminho, tantas somem e outras depois de um tempo reaparecem.
Sabe-se lá porque mudamos de ideia, revemos conceitos, derrubamos nossas próprias
convicções e decidimos dar um passo para trás pra retomar aquilo que deixamos
perdido na trilha e seguir em frente.
A vida não
é lógica assim como nós também não somos. Gastamos parte do nosso tempo nos
debatendo dentro de nós mesmos como peixes fora do aquário, lutando contra medos
estúpidos, buscando explicações racionais onde só existem motivos emocionais. E
não raramente quando isso acontece vestimos uma armadura pesada demais achando
que com ela estaremos imunes, à salvo, protegidos de um perigo do qual é inútil
se resguardar. E então quando subitamente acordamos numa manhã de um dia
qualquer tomados de um sentimento profundo que achávamos que não nos pertencia
mais, a ficha finalmente cai e percebemos que andar por aí feito um cavaleiro
medieval pronto pra batalha, não adianta de nada. O peso dessa armadura é muito maior ao que podemos carregar.
E quando
isso acontece, o melhor que temos a fazer é entregar as armas, hastear a
bandeira branca da paz, pedir trégua e acabar logo com essa guerra sem fundamento.
A vida, o destino, as forças sobrenaturais que regem o mundo ou seja lá qual
for o nome que você dá pra isso, sabem o que está determinado e para onde
devemos marchar. Por mais que a gente tente lutar contra, a vida é muito mais
forte e nos bate na cara com milhares de sinais apontando o caminho, melhor
então é aceitar e deixar que ela faça o seu trabalho. Neste momento é importante
apenas que se tenha sensibilidade suficiente pra saber ler nas entrelinhas e
entender o recado que foi mandado. E então, entregar-se com honras militares porque
só a vida sabe o quê e porquê faz.
Perder a
guerra pra vida nem sempre significa sair derrotado.
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