Zé Guilherme: a história de um PA
Loira,
alta, exuberante, desinibida, gesticulava muito e atraía todas as atenções
enquanto contava uma história. Estávamos numa festa na casa de uns amigos
quando ela lançou numa rodinha de mulheres a lenda sobre Zé Guilherme.
- O cara
mesmo é o Zé Guilherme! Bradou enquanto jogava os longos cabelos claros pra
trás.
Repetiu
essa frase pelo menos umas três vezes enquanto derrubava mais uma taça de
champanhe. As amigas queriam saber mais sobre o misterioso Zé Guilherme. Aliás,
ela adorava pronunciar o seu nome, achava pra lá de sonoro: ZÉ GUI-LHER-ME.
- O Zé
Guilherme é o cara! Tá sempre à minha disposição, não tem ruim pra ele. O Zé Guilherme sabe do que eu gosto, sabe
como eu gosto. O Zé Guilherme me conhece. Tantos ja passaram pela minha vida,
mas só o Zé Guilherme é que me entende. O Zé Guilherme é fiel.
Atacou o
garçon e arrancou da bandeja mais uma taça de champanhe gelado. A quinta até
onde pude acompanhar.
- O Zé
Guilherme é limpinho, é cheiroso, não tem nojinho que homem costuma ter, sabe?
O Zé Guilherme não me incomoda, não mexe nas minhas coisas, é discreto, não tem
ciumeira boba.
Enchia a
boca pra falar de Zé Guilherme e todas nós já estávamos caindo de amores pelo cara,
quando ela dispara:
- Ele mora
lá em casa numa bolsa rosa. Aliás, ele também é rosa. E grande. E grosso.
Tadinho, abandonei ele desde que arrumei um namorado no pagode. Deve estar até
enferrujando ja que deixei as pilhas lá dentro.
Pobre, Zé
Guilherme!
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