Gincana eleitoral
Vivendo num
país como o Brasil, um emergente novo rico e deslumbrado com tanto poder
econômico, mas carente daquilo que lhe é mais básico como saúde, educação e
senso de coletividade, penso que deveria ser seriamente revisto o processo
eleitoral para cargos administrativos. É, deveria ser repensada a forma são habilitados os candidatos a presidente, governador e prefeito.
Acho que
qualquer indivíduo que tivesse a intenção de comandar o país, o estado ou a
cidade, deveria então se inscrever numa espécie de gincana, um “No Limite”
eleitoral. Uma vez inscrito o pretendente ao cargo abdicaria imediatamente da
vida classe A-B e dos luxos que ela proporciona pra viver como um brasileiro de
verdade. Deixaria a mansão ou o mega apartamento e iria morar numa casa bem simples
na periferia da cidade. Abriria mão do salário milionário e passaria a receber
apenas o mínimo e ganharia 4 dependentes pra sustentar com essa quantia. Não teria
carro e seria forçado a usar o transporte público coletivo. Obviamente que
também não poderia se dar ao luxo de correr pros melhores hospitais privados no
sinal de uma simples palpitação no peito, pelo contrário, seria obrigado a
esperar horas e mais horas deitado em algum corredor de um hospital público
lotado. E teria que implorar pelo amor de Deus pra ser atendido. E depois teria
que ficar mais um bom tempo à espera do medicamento prescrito que, claro, estaria em falta
na farmácia gratuita oferecida pelo sistema de saúde do governo.
Seus filhos
não teriam acesso à escola particular e teriam que se virar na pública mesmo,
onde chove dentro da sala de aula, falta merenda e professores. Na sua rua não
teria saneamento básico, o esgoto seria à céu aberto e luz e água seriam itens
de luxo. E em dias de chuva sua casa seria inundada, seus poucos móveis
comprometidos e sua família obrigada a passar noites e mais noites num abrigo
público improvisado. A comida na mesa para alimentar a prole seria sua epopeia
diária e seu objetivo maior na vida.
E se o candidato
sobreviver com dignidade à essa gincana que duraria pelo menos 1 ano, aí então
ele estaria apto a concorrer a um cargo público de presidente, governador ou
prefeito. Porque eu acredito que só sentindo na pele aquilo que o povo sente
diariamente é que nossos governantes seriam capazes de fazer um trabalho sério
e consciente, ao invés de passarem o tempo inteiro roubando de quem não tem.
Justo, vocês não acham?
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